sexta-feira, 1 de julho de 2016

Receita pra criança doente

Olá, pessoal! Primeiramente, desculpem a ausência! Esse tempo de silêncio foi necessário para o nosso crescimento... Espero estar mais presente a partir de agora! Então, vamos nos atualizar?

Nosso pequeno está com 2 anos e meio... Já sabe interagir com tudo e com todos! Cada dia mais esperto e mais curioso pela vida... 

Porém, algo que nos deixa impotentes e sem saber o que fazer é quando simplesmente ele fica doente! Se alguém tiver alguma receita do que fazer quando a criança fica doente, favor me passe, mas acredito que essa "receita" não exista! Cada criança reage de uma forma diferente... Lembro que quando eu era pequeno, minha mãe não teve muito trabalho em me medicar, já com meu primo irmão, já foi mais difícil... Com ele não tem sido fácil!! Há alguns pais que conseguem essa proeza com a oferta de guloseimas pós ingestão do medicamento, ou com ameaças de que pode ir pro hospital, tomar vacina, etc... E há aqueles que mesmo com todos esses "recursos", não tem êxito algum!

É cansativo? Sim! É desafiador? Sim! E quanto mais resistência ele tem, mais lágrimas nos olhos a gente fica... Mas, acima de tudo, a gente espera que um dia, ele olhe pra trás e diga: meus pais fizeram tudo isso por mim! É nisso que eu acredito e espero que seja assim!

Te amamos, filho!

sábado, 31 de janeiro de 2015

E quando menos se espera...

A cada novo dia, uma nova descoberta... Já sabe andar, correr, falar algumas palavras... Já sabe nos identificar, já sabe quem escolher pra brincar, pra pedir algo e pra chorar no ombro...

Criar filhos realmente não é uma tarefa fácil, até porque cada criança apresenta  reações distintas diante de uma mesma situação, porque tudo depende justamente da criação de cada um. Essas reações devem ser naturais, espontâneas e sem muitas explicações nessa fase, pois até os 5 anos a criança ainda terá muito mais a aprender!

Se somos um casal homoafetivo, expressar carinho, afeto, ou qualquer demonstração de amor entre os pais deve ser algo espontâneo, natural como para qualquer casal heterossexual, pois não há maldade, nem tampouco qualquer forma de recriminação ou muito menos preceitos morais que estejam orientando ou pré-julgando as ações dos pais! Quem nos faz esse olhar, ou esse julgamento, são os adultos, e muitas vezes os que mais estão perto de nós!

Uma pena que na nossa sociedade ainda precisemos modificar nossas atitudes em nome de algo que nem existe para a criança, simplesmente pelo medo de influenciá-lo a algo que nem sabemos ao certo do que poderá acontecer na vida dele!

Não quero que meu filho cresça sem ver o afeto, o carinho e o amor que existe entre os seus pais; acredito que ele será o primeiro a nos cobrar desse amor, pois quando menos se espera ele entenderá que independente de serem dois homens, ou duas mulheres, ou um homem e uma mulher, o mais importante será o laço afetivo que existe entre os 3!

E vocês? O que acham?


domingo, 5 de outubro de 2014

Tem lobo mau na pele de Chapeuzinho Vermelho!


Deixar seu filho nas mãos de estranho não é tarefa fácil, mesmo que esta pessoa esteja bem diante dos seus olhos!

Confesso que pra mim foi algo bastante delicado e angustiante ter que passar por esse processo, mas a nossa vida não pára por causa dos filhos... Temos que continuar a trabalhar se quisermos dar a eles tudo do bom e do melhor!

Minha jornada pega os 3 turnos e só me restaria o final de semana pra estar na companhia do meu pequeno... Com Gil, ele estaria apenas em um turno com ele, nos demais, o trabalho o chamava, e o que nos restou? Ter que contratar alguém pra cuidar do nosso menino!

A primeira coisa foi procurar uma indicação de pessoas conhecidas! E vieram várias! Para garantir a confiança, nada melhor do que o olho no olho, já que esse outro vai passar a ter uma intimidade com você diariamente, afinal, ele vai cuidar do seu "bem mais precioso"!

E assim tivemos a primeira experiência... Depois uma segunda... E enfim, uma terceira!

Os primeiros dias fiquei com o coração na mão! Ligava de hora em hora pra saber se estava tudo bem! E graças a Deus, deu tudo certo!

Não queria, e nem imagino qual seria a minha reação, se eu descobrisse que o lobo mau se vestiu de chapeuzinho vermelho e passou a maltratar meu filho na minha ausência, pois se tem algo que nos deixa indignados se refere aos maus tratos com crianças e idosos.

Os vídeos que tem veiculado na mídia, destaque nos principais telejornais, sobre um padastro maltratando a enteada de 2 anos, tendo a mãe da criança como cúmplice de tudo, é revoltante!

E fico a pensar: o que se passa na cabeça desse rapaz em fazer tal atrocidade? E que mãe é essa que permite tudo? Como ela se deixa ser levada por uma pessoa sem equilíbrio emocional e sentimental? Sim! Esse ser tem desequilíbrios sérios! E quem fiscaliza isso? Quem pode impedir que tais atrocidades aconteçam?

E sabe o que é mais revoltante? É saber que são heterossexuais a cometer tais torturas com seus próprios filhos! Enquanto isso, na casa da vovozinha do chapeuzinho, lutamos nós, homossexuais, por 2 ou 3 anos para ter direito a cuidar de uma criança que é vítima dos heterossexuais. E ainda me vem na televisão um candidato a presidência falar em defesa da família tradicional... É essa família que maltrata os filhos? Que acha graça em fazer uma criança dormir sentada? Que prende as pernas da criança e obriga a criança a andar como se nada tivesse acontecido? Me desculpe, Senhor, mas essa SUA família tradicional precisa ser revista com urgência!

A nós, cabe todo o amor e braços abertos para acolher e fazer do nosso, aquilo que deveria ser deles, mas que não aprenderam a arte do afeto no diferente que se torna igual. Boa semana a tod@s!

domingo, 21 de setembro de 2014

Se nós somos, ele será também?

Petrônio: Sim, eu namorei com garotas! Fui apaixonado por uma vizinha! Escrevia cartas de amor pra ela... Eu tinha 9 anos, ela 13. Pena que ela veio a falecer tão jovem... Mas, eu não desisti. Demorei muito a namorar uma garota, mas em 1998 conheci minha primeira namorada... Ela me despertou pro sentimento e passamos 2 anos juntos! Antes dela? Sim! Tive vários namoricos, beijos na boca, mas nada sério... Nada que eu pudesse dizer: era minha namorada! E como romântico que sempre fui, sempre achava massa ter que deixá-la em casa quando saíamos juntos, ou mesmo deixá-la no carro após sair da missa, pagar a conta quando saíamos pra lanchar... Ela que nao gostava muito (risos). Quando eu descobri ser homossexual? Talvez desde muito antes, ainda criança, mas queria fugir, me esconder, como muitos jovens acabam "escolhendo" assim, já que tem medo de se assumir perante a sociedade, ou mesmo para seus pais. Meu primeiro amor gay foi antes da minha primeira namorada... Sim! Eu vivi um romance assim que entrei na universidade em 1994. Passamos pouco tempo junto, mas o suficiente para eu entender que aquilo era tudo de bom, mas podia ser doloroso... Fiquei com medo de sofrer e resolvi procurar as mulheres... Depois da primeira, ainda vieram mais duas... Namoros curtos, mas importantíssimos pra minha história de vida!

Gilberto: Eu fui noivo! E passei um bom tempo com a minha namorada! Eu fui o primeiro homem na vida dela e essa experiência estará pra sempre guardada na minha memória. Eu só vim me entregar ao amor de um homem quando eu cheguei na Paraíba. Através de amigos, fui conhecendo um mundo completamente novo... Boates, festas e tudo o que permeia o universo lgbt. Morria de medo de entrar numa boate gay, e a primeira vez que fui passei mal. Beijar um homem dentro da boate? Ave Maria! Me deixava com dor de barriga só em pensar (risos). E por incrível que pareça, eu e Petrônio nos conhecemos numa boate... E de lá pra cá, só cresce o meu sentimento por ele. Não somos perfeitos, temos nossas características pessoais, mas não me arrependo de nada que vivi com ele até agora. Se caso o meu filho for gay, o que farei?

Nós dois: A gente quer o melhor pra ele! A nossa experiência de vida como homossexuais não foi fácil! E ainda não é! Ainda existe muita fobia, muito ódio, pavor, ou sabemos lá o quê, por pessoas que são homoafetivas! Temos medo desse mundo onde alguns pregam esse tipo de sentimento e chegam até a usar o nome de Deus para isso. NÓS não temos culpa por sermos assim! Só nos encontramos como tal e vivemos com muito amor por nós e por ele! Se nós somos, ele vai ser também? Essa é uma pergunta que agora não tem resposta! Se ele for, apoiaremos! Se ele não for, continuaremos a amá-lo da mesma forma! Só não desejamos que ele cresça com sentimentos de pavor, de raiva, de medo ou de qualquer outro sentimento por causa de duas pessoas do mesmo sexo que se olham e se amam acima de qualquer coisa! Só desejamos que nossa sociedade se permita aceitar o amor de modo diferencial... Porque acreditamos que "o amor é mais do que a fé, maior que a esperança, é um eterno dom de Deus! Sem amor do que me serve andar? Seria como som de ferro ou sino a ressoar..."! Boa semana!

domingo, 7 de setembro de 2014

Muita interrogação pra pouca vírgula!

Sete de Setembro, dia histórico. Desfile público para celebrar o Dia da Independência do Brasil. Quando eu era pequeno, sempre desfilava junto à Escola que participava. Meu dever de cidadão brasileiro era esse e eu me sentia o centro das atenções por estar desfilando e as pessoas me olhando...

Se quero que meu filho exerça essa mesma cidadania? Quero sim, mas desejo que ele possa exercer essa cidadania onde o governo desse país que ele vive esteja nas mãos de uma pessoa que pense no coletivo, que saiba respeitar as diferenças e promover principalmente essas  diferenças, pois do que adianta termos uma pessoa "diferente" do que estamos tendo se esse candidat@ fere o princípio da laicidade? Se esse candidat@ pode simplesmente tentar fazer o certo, mesmo que se diga que é em nome de Deus, e prejudicar uma maioria?

Vemos crianças precisando de liberação para usar o cannabidiol, pais lutando para serem liberados do trabalho para cuidar de seus filhos com câncer ou outras doenças graves, milhares de famílias vítima das drogas ou sofrendo com a insegurança que as drogas trazem consigo, outras milhares de crianças e jovens sem perspectiva de vida porque a educação não é prioridade nesse país, novas configurações de família surgindo e ainda muitos direitos a serem conquistados, vários casos de homofobia, racismo e intolerância religiosa, e no meio disso tudo, corrupção, fraudes, superfaturamentos, salários exorbitantes para políticos e salário mínimo para educadores de base. Onde fica o bom senso? Quem vai conseguir "consertar" alguma coisa? A quem eu vou confiar 4 anos pra governar o país que amo e quero viver em paz e harmonia?

É muita interrogação pra pouca vírgula! E a cada momento de horário político lá vem eles com promessas e mais promessas... Muda Brasil? Acho que são os políticos que precisam mudar sua forma de governar, não? Coerência e Verdade são as únicas características para mudar o Brasil? E quem quer desistir do Brasil? eu NÃO quero, nem muito menos dos meus alunos, e principalmente do meu filho... Quero mais mudança e mais futuro? Quero sim! Quem não quer? Mas, não dá pra ser assistencialista demais ou ser conivente demais com tudo. Concordam comigo?

Desculpem o desabafo de um pai homoafetivo preocupado com o futuro do seu filho, mas hoje não posso deixar de manifestar meus parabéns à minha Pátria, que é "gigante pela própria natureza", e que precisa abrir os olhos urgentemente, pois "se ergue da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta".

De um dos teus filhos, ó mãe gentil! E Viva o 7 de setembro!

sábado, 23 de agosto de 2014

Nem todas as rosas tem perfume!

(Petrônio) Confesso que sempre tive dificuldades com a reação das minhas emoções (Até penso em voltar a fazer terapia pra trabalhar um pouco mais disso), e a minha razão muitas vezes fala mais alto. Não foi diferente quando fui surpreendido com a notícia de ser pai... Aliás, na minha vida, tudo é muito surpreendente, mas essa notícia me deixou atônito, e demorei um tempo pra digerir a notícia, pra entender o que aconteceria comigo e com meu relacionamento... Não me sentia pronto... Quando um casal planeja se unir começa a organizar as finanças, a estudar as propostas de compra de casa ou de apartamento, entre outras coisas, e eu... não tinha N-A-D-A! Um berço, uma fralda, uma mamadeira...Nada! E isso tudo me fez pensar se estava pronto, se valeria a pena, se era assim que devia ser... E entre pensamentos e reações, deixei o meu companheiro só...  Já não sabia se éramos namorados, casados, amigos...

(Gilberto) Eu sou muito intenso em minhas coisas. E com meu filho não iria ser diferente.
Sempre desejei e esperei por esse momento e faria tudo novamente para estar com ele nos meus braços, mesmo que eu ficasse sozinho. E realmente fiquei. Durante os primeiros 15 dias de vida do meu pequeno, aprendi a dormir por apenas 2 horas, a acordar de madrugada num lugar desconhecido para fazer seu leite, a dar banho, a trocar fralda, a acalentá-lo... Tudo isso sem ninguém ao meu lado... Apenas o meu bebê... Ouvi pessoas me dando apoio, como também pessoas dizendo que era a maior loucura da minha vida, que eu iria me arrepender, que cuidar de um filho não era a mesma coisa que cuidar de um cachorro (e eu tinha 4 fox paulistinha), e eu sabia que não era, mas desejei, fui e enfrentei tudo com bastante dificuldade, mas o olhar dele, o sorriso dele e o apoio dos meus familiares me deram força pra continuar... Até pensei em voltar pra minha terra, mas o amor que nos une falou mais alto.

(Nós dois) Ter que mudar de casa, montar um novo lar, se desfazer dos cachorros, contratar babá, deixá-lo aos cuidados de outras pessoas, readaptar o nosso relógio biológico com os horários dele se acordando na madrugada, chorar junto quando era dia de vacina, entre outras coisas foram alguns dos dissabores que passamos juntos, afinal nem todas as rosas tem perfume! Mas, a receptividade dos amigos, as visitas e a preocupação dos mais próximos, os presentes recebidos em cada mensário foram nos dando ânimo, força e alegria pra levantar a cabeça e construir nossa família a base de muito amor e verdades. Afinal, o amor é a maior verdade na arte de cuidar dos nossos filhos. Boa semana a todos!

domingo, 10 de agosto de 2014

Tempo de fazer a barba!

Dizem que uma criança precisa da figura materna e paterna para ser uma criança feliz, saudável e afetivamente estável. E os filhos de casais homoafetivos, como serão? Infelizes? Doentes? Afetivamente instáveis?

(Petrônio Gama) Na minha história, não tive a presença do meu Pai ao longo dos processos fundamentais e importantes da minha vida... Meus primeiros passos, minhas primeiras palavras, andar de bicicleta, jogar bola, ter um time pra torcer, ir a um estádio, fazer a barba, entre outras coisas que só Pai faz com seus filhos eu não experimentei... E não foi essa ausência que me fez procurar os braços de um outro ser semelhante a mim para viver junto... A nossa vida não é determinada pelas ausências, mas sim pelas emoções e sentimentos que somos regados ao longo dela! Já vi muitos amigos homoafetivos que sempre tiveram o Pai presente e vivenciaram a maioria das ações que citei acima e mesmo assim o desejo de estar com alguém do mesmo afeto falou mais alto! Com meu filho? Quero estar presente em cada momento dele! Todos os que não passei com o meu e os demais que vierem!

(Gilberto Barros) Eu fui criado em um sítio... Aprendi desde cedo a ajudar meus pais na roça, a subir em pé de árvore, a comer a fruta direto no pé, a fazer minhas travessuras e principalmente a respeitar meus pais... Não tenho do que reclamar da minha infância. E por ser o mais velho, minha mãe me ensinou a cuidar dos mais novos... É assim que funciona na maioria das casas no interior... Crianças sendo cuidadas por outras crianças... E a vida sempre vai sempre seguindo esse ritmo de dar lições mais cedo pra uns e mais tarde para outros. Com meu filho será da mesma forma... Ele vai aprender desde cedo o que é bom, o que é ruim, e não vejo a hora dele fazer as suas travessuras!

Sim! Passamos por experiências distintas, mas com apoio dos nossos pais, familiares e amigos, superamos nossas dificuldades e hoje desejamos tempo... Tempo para fazer dele a criatura mais feliz e realizada, mesmo que a presença materna não esteja presente constantemente. Nós acreditamos que ser pai é muito mais que gerar uma nova vida, é também cuidado, carinho, partilha, aprendizado, amor... É família! Feliz Dia dos Pais!