Petrônio: Sim, eu namorei com garotas! Fui apaixonado por uma vizinha! Escrevia cartas de amor pra ela... Eu tinha 9 anos, ela 13. Pena que ela veio a falecer tão jovem... Mas, eu não desisti. Demorei muito a namorar uma garota, mas em 1998 conheci minha primeira namorada... Ela me despertou pro sentimento e passamos 2 anos juntos! Antes dela? Sim! Tive vários namoricos, beijos na boca, mas nada sério... Nada que eu pudesse dizer: era minha namorada! E como romântico que sempre fui, sempre achava massa ter que deixá-la em casa quando saíamos juntos, ou mesmo deixá-la no carro após sair da missa, pagar a conta quando saíamos pra lanchar... Ela que nao gostava muito (risos). Quando eu descobri ser homossexual? Talvez desde muito antes, ainda criança, mas queria fugir, me esconder, como muitos jovens acabam "escolhendo" assim, já que tem medo de se assumir perante a sociedade, ou mesmo para seus pais. Meu primeiro amor gay foi antes da minha primeira namorada... Sim! Eu vivi um romance assim que entrei na universidade em 1994. Passamos pouco tempo junto, mas o suficiente para eu entender que aquilo era tudo de bom, mas podia ser doloroso... Fiquei com medo de sofrer e resolvi procurar as mulheres... Depois da primeira, ainda vieram mais duas... Namoros curtos, mas importantíssimos pra minha história de vida!
Gilberto: Eu fui noivo! E passei um bom tempo com a minha namorada! Eu fui o primeiro homem na vida dela e essa experiência estará pra sempre guardada na minha memória. Eu só vim me entregar ao amor de um homem quando eu cheguei na Paraíba. Através de amigos, fui conhecendo um mundo completamente novo... Boates, festas e tudo o que permeia o universo lgbt. Morria de medo de entrar numa boate gay, e a primeira vez que fui passei mal. Beijar um homem dentro da boate? Ave Maria! Me deixava com dor de barriga só em pensar (risos). E por incrível que pareça, eu e Petrônio nos conhecemos numa boate... E de lá pra cá, só cresce o meu sentimento por ele. Não somos perfeitos, temos nossas características pessoais, mas não me arrependo de nada que vivi com ele até agora. Se caso o meu filho for gay, o que farei?
Nós dois: A gente quer o melhor pra ele! A nossa experiência de vida como homossexuais não foi fácil! E ainda não é! Ainda existe muita fobia, muito ódio, pavor, ou sabemos lá o quê, por pessoas que são homoafetivas! Temos medo desse mundo onde alguns pregam esse tipo de sentimento e chegam até a usar o nome de Deus para isso. NÓS não temos culpa por sermos assim! Só nos encontramos como tal e vivemos com muito amor por nós e por ele! Se nós somos, ele vai ser também? Essa é uma pergunta que agora não tem resposta! Se ele for, apoiaremos! Se ele não for, continuaremos a amá-lo da mesma forma! Só não desejamos que ele cresça com sentimentos de pavor, de raiva, de medo ou de qualquer outro sentimento por causa de duas pessoas do mesmo sexo que se olham e se amam acima de qualquer coisa! Só desejamos que nossa sociedade se permita aceitar o amor de modo diferencial... Porque acreditamos que "o amor é mais do que a fé, maior que a esperança, é um eterno dom de Deus! Sem amor do que me serve andar? Seria como som de ferro ou sino a ressoar..."! Boa semana!

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